
Desde o início de 2007, um grupo de alunos e professores se reúne para estudo e discussão de textos e de pesquisas, realizadas e em andamento, com objetos e recortes bastante diversos, partilhando entre si o privilégio de um enfoque sobre dimensões políticas da vida social, independentemente da natureza da unidade de análise envolvida e nas quais se destacam recortes preferencialmente processuais.
Esse grupo de estudos e pesquisas se propõe o exame e a discussão, através de postulados e objeções etnográficas ou teoricamente construídas, de algumas suposições implícitas ao pensamento político dominante, porventura também acadêmico. Um deles corresponde à ideia da política como um domínio substantivo da vida social, ideia indissociável de um ideal democrático despojado de toda impureza impeditiva de sua realização. Outro confere ou atribui ao Estado a centralidade e chave de inteligibilidade de todo fenômeno político.
Em conformidade a uma disposição em empreender análises que privilegiam um enfoque nas relações de poder imiscuídas em toda vida social, o núcleo se orienta no sentido de enfatizar uma precedência analítica, porém não cronológica ou lógica, do conflito em relação à ordem. Aqui, o maior obstáculo em termos teóricos a enfrentar é a ideia de desordem que por definição tende a se opor àquela de sociabilidade.
O grupo privilegiará, nesse duplo intuito, abordagens que de qualquer forma discutam concepções de política e de poder em relação aos mais diversos temas de pesquisa, colocando em discussão o uso de certas ferramentas, noções e conceitos analíticos disponíveis nas ciências sociais a partir de categorias nativas que emergem em um procedimento privilegiadamente etnográfico.